sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

A Visita dos Deuses


 A visita dos deuses

conto


A visita dos deuses

 

Apolo e Hefesto[1], vindo à Terra com a missão de salvar a raça humana do consumo desenfreado e da perda de significado, desceram da morada dos deuses diretamente na rua 25 de Março, o grande centro comercial em São Paulo. Alguns dias antes, Apolo havia procurado o grande Zeus no Olimpo, e curvando-se diante de seu trono, falou:

- Ó grande Zeus, pai de todos os deuses, que mantivestes o nosso mundo até agora em expansão e perfeito equilíbrio!

Zeus revolveu-se em seu assento.

- Dizei-me, Apolo-Sol, meu filho dileto: acaso eu não o mantenho ainda?

- Não, grande Zeus! Os mortais já não nos respeitam, nem a deus algum! A ociosidade, a luxúria e a ganância tomaram conta do fazer dos homens. O único deus a que eles prestam homenagem chama-se Dinheiro.

- Continuai!

- O pior é que consumir para eles tornou-se um vício que vai enfraquecendo seu caráter já de natureza fraco e volúvel, e eles já não acreditam nem em si próprios.

Zeus afagou sua longa barba e disse:

- Suponho que me estais a pedir permissão para descer ao mundo dos homens. Pretendeis inspirá-los com vossas artes como a música, a pintura, a poesia?

Apolo assentiu com a cabeça.

- Sim, meu pai! Farei com que os homens explorem essas e outras habilidades e descubram dentro de si uma nova paixão.  

- Pois ide! Tendes minha permissão. Mas para maior proveito, levai também vosso irmão Hefesto. Nem só de arte abstrata é feita a vida dos mortais, e nem todos dão para isso. Há de lhes fazer bem um pouco de labor manual e engenhosidade, e nessa área meu pobre filho coxo nunca será igualado.

...

 Assim, os dois irmãos divinos, um habitando a montanha do Olimpo, o outro habitando o subterrâneo Hades, revestiram-se com a aparência de homens e se misturaram à multidão de pedestres que ia freneticamente de uma loja a outra. Os deuses admiravam-se muito de tudo o que ali viam. Hefesto, deus dos metais, não resistiu à visão de uma grande espada reluzente pendendo por trás de uma vitrine. Entrou na loja e foi examiná-la, sob o olhar atento da balconista.

- Posso mostrá-la ao senhor, se quiser – ela disse, puxando o fio de barbante que sustinha o objeto.

- Mas... – disse Hefesto. – É tão leve! Como pode?

- Sim, o plástico é muito leve – disse a vendedora. – Como se espera de toda fantasia, não? E posso lhe garantir que a tinta não sai facilmente.

Hefesto fez uma careta e foi procurar Apolo do lado de fora, ansioso para lhe contar que os mortais já não usavam o velho e bom metal e que era preciso ensiná-los a forjá-lo. Foi encontrar o deus-sol na calçada, muito interessado em um cego que tocava sanfona. Ao lado, um rapaz com roupas modestas cuidava das poucas moedinhas que conseguira em seu chapéu.

- Olhai, Hefesto – disse Apolo. - Esse pobre músico não tem reconhecimento algum por sua arte.

Hefesto não conteve uma expressão sincera.

- Sim, mas também... com essa música.

Apolo pediu o chapéu ao rapaz, colocou-o entre seus pés. Tirou do cinto a sua harpa e começou a tocar. E tocou divinamente, como era de se esperar. As pessoas se detinham e iam se aproximando, hipnotizadas por sua música; as mulheres, especialmente, atraídas também por sua beleza máscula. Ele era o próprio Sol!

Hefesto disse para si mesmo que doravante, se quisesse fazer amizade com alguma bela mortal, não deveria andar ao lado de seu irmão perfeito. Mas o próprio Apolo sentiu-se um pouco alarmado com a atitude das moças que chegavam cada vez mais perto e tentavam agarrá-lo, numa massa ruidosa de mãos estendidas. Ele fez um sinal a seu irmão para que devolvesse ao rapaz o chapéu abarrotado de notas e desapareceu num passe de mágica. Depois que a multidão se dispersou, Apolo voltou a ficar visível.

- Aqui não estamos seguros, irmão Hefesto. Vamos entrar naquela loja.

Era uma loja de instrumentos musicais. A vendedora os atendeu, gentil.

- O que os senhores tocam? – perguntou.

Apolo sorriu da pergunta.

- O que eu toco, minha jovem? Eu sou a própria Música!

Ela pareceu gostar da brincadeira.

- Não me diga! Então, quem sabe, você possa me ajudar? Faz anos que estudo piano, mas já estou perdendo as esperanças. Pelo visto, nunca vou chegar a ser uma concertista.

Hefesto meteu-se na conversa:

- Mas não pode parar de treinar, moça...

- Graciara.

- Não pare, Graciara. Sem trabalho duro, não existe gênio.

Nesse momento entrou na loja o mesmo rapaz que acompanhava o cego.

- Até que enfim os encontrei! – ele disse aos deuses. – Eu me chamo Abel. Queria agradecer pela ajuda ao meu pobre tio. O coitado precisaria tocar sanfona por um ano inteiro para ganhar essa quantia. – Ele olhou para seus bolsos cheios. - Apesar de que agora estou até com medo de ser roubado. Vocês sabem, o que não falta por aqui são ladrões.

- Isso não é problema, garoto - disse Hefesto.

E, tirando da mochila seu malho de ferreiro, em poucos minutos fez um cofre para o rapaz.

– Agora pode guardar seu dinheiro em segurança.

- Obrigado, senhor! – disse Abel. – Nunca vi uma habilidade assim. Mas qual é a senha para abrir?

- Basta você tocar na fechadura – disse Hefesto. – Ele só responde ao seu toque, de mais ninguém.

Abel contou que também amava construir aparelhos automatizados como robôs, e estava aprendendo.

- Era de um professor assim que a gente precisava!

Hefesto sorriu com modéstia e prometeu visitá-lo em breve na tal escola da comunidade. O rapaz saiu com seu cofre.

- Nada mal, hem, Apolo? Já tenho um discípulo.

Mas Apolo acabava de conduzir Graciara até o piano.

- Qual seria a música de sua preferência? – perguntou.  

- Ah! Eu amo os noturnos de Chopin.- disse ela.

- Pois então toque-os, não tenha medo.

Graciara pousou os dedos no teclado, ouviu a música em sua mente e, sem entender como acontecia, foi tocando com maestria e sentimento, como se fosse o próprio autor. Quando terminou, estava ruborizada e feliz como nunca.

- Está convencida de que somos deuses, moça? – disse Hefesto.

No corredor dos fundos, atraído pela música, surgiu o esposo de Graciara que tratava da contabilidade.

- Quem estava tocando? – ele disse.

- Eu, querido! Este senhor estava me ensinando.

Pedro se apresentou e apertou as mãos dos deuses. Tentou disfarçar seu ciúme ao notar a beleza de Apolo.

- Muito prazer. Em qual escola o senhor ensina?

- Por enquanto, em escola nenhuma – respondeu Hefesto. Mas podemos ensinar, se nos mostrar onde ficam as escolas.

Apolo sugeriu de modo sedutor:

- O amigo Pedro também deseja ser músico de sucesso?

- Ah não! – Pedro encolheu os ombros. – Meu negócio são as artes plásticas. Eu pinto quadros.

Fez um gesto para que o seguissem e mostrou-lhes alguns quadros. Apolo teve que dar um leve toque em seu irmão para que este não comentasse que a pintura era bastante amadora. 

- Ah...! – exclamou Hefesto, sem saber como continuar.

- Se quiser, amigo Pedro, posso fazer de você um artista conhecido e admirado – disse Apolo ao lojista.

A oferta era irresistível. Pedro agradeceu, perguntou o que podia dar como pagamento.

- Apenas me mostre outros amantes da pintura como você.

Pedro concordou em levar Apolo ao estúdio onde, junto com outros candidatos a artistas, pintavam ou esculpiam tendo modelos vivos.

Quando os deuses iam saindo, Graciara olhou admirada para seu próprio braço. Nunca havia reparado que seu bracelete comprado no mercadinho chinês era tão reluzente e bonito. Hefesto cochichou para Apolo: “Eu o troquei por uma joia verdadeira”.

 - Muito bem! – disse Hefesto quando estavam na rua. – Nós dois teremos nossos aprendizes. Mas que dia, por Zeus! Se eu fosse um mortal – e já me sinto um – eu diria que estou bem cansado.

- Tendes razão – disse Apolo. – Vamos subir à montanha para dormir o sono dos justos.

- Não me parece tão bom para dormir quanto um vulcão – disse Hefesto -, mas aceito. Mas não vejo nenhuma montanha por aqui.

- Aquele prédio alto vai nos servir – disse Apolo.

Transportaram-se com seus poderes para a cobertura de um edifício e estenderam-se para repousar, que os deuses também não são de ferro. A noite já ia caindo e a Lua, lá de cima, sorria-lhes ternamente.

 ...

Nos dias que se seguiram, as jornadas de ambos os deuses olímpicos foi intensa.

Hefesto reuniu-se à comunidade de garotos e garotas que se interessavam por ciência e tecnologia – palavras que ele nunca tinha ouvido antes -, levado por Abel. Quando ele os viu construindo pequenos artefatos que podiam mover-se por si mesmos, ficou cheio de um ardor divino. Começou a lhes ensinar tudo o que existe sobre a arte de construir, desde como forjar o mais puro aço até as delicadezas artesanais da ourivesaria. Os estudantes o amavam. Procuravam-no após as aulas na escola e passavam com ele o resto do dia, projetando e construindo maravilhas.

Quanto a Apolo, no dia em que chegou ao ateliê de artes, causou um rebuliço sem tamanho. Ninguém jamais havia visto modelo humano tão perfeito. Chegaram a sugerir que ele era a própria estátua do David de Michelângelo que havia cobrado vida, saindo de Florença e vindo ali para ser esculpido e retratado. Algumas pintoras quiseram examinar o braço do modelo para conferir se havia marcas do acidente real sofrido pela estátua, quando foi atingida por uma cadeira durante um protesto de rua.

- Jovens! – disse Apolo sorrindo. – Já lhes disse que não sou o David. Aliás, esse Michelângelo foi meu devoto em segredo, naqueles tempos em que a Igreja o proibia. Por isso o favoreci na inspiração dessa e de outras obras relevantes.

A partir desse dia, artistas notáveis foram surgindo naquele estúdio e noutros, inclusive Pedro, que ganhou projeção após expor numa grande galeria e teve suas pinturas multiplicadas em murais por toda a cidade. Bastava que alguém pintasse tendo o deus Apolo como modelo, ou modelasse suas formas em pedra ou barro, para que o gênio aflorasse e o artista se pusesse a criar obras cobiçadas e admiradas.

 ...

Porém... Se a missão proposta pelos deuses junto aos mortais estava tendo sucesso, também era verdade que ela estava se desenrolando em duas direções opostas.

Zeus assistia a tudo de seu trono, tendo ao lado sua filha, a deusa Palas-Atena[2], toda paramentada com elmo e armadura.

- Olhai para esses mortais insensatos e faltos de gratidão, Atena! – dizia o pai dos deuses. – Vede como esses novos artistas inspirados por Apolo já vão rivalizando uns com os outros ao invés de se unirem em seu modo de expressão. Cada um se julga genuinamente talentoso, ao passo que acusa os demais de serem impostores.

Enquanto isso, na Terra, Apolo tentava ensinar também filosofia e poesia, e acalmava os ânimos esquentados.

- Não se preocupem com fama ou fortuna! – dizia aos discípulos - Amem aquilo que fazem! Busquem o que há de melhor dentro de si. Façam de cada obra uma mensagem dos deuses para os homens. Vocês vão ver que nada neste mundo se compara a isso.

Na comunidade influenciada por Hefesto também pipocavam os problemas. À medida que os jovens foram se emancipando na arte de fabricar todo tipo de máquina e objeto artesanalmente, o declínio no comércio local chamou a atenção das indústrias, que se reuniram para discutir a situação. Só havia uma solução, concluíram, que era absorver essa nova fonte de produção. “Vamos, pois, contratar esses meninos e meninas geniais, oferecendo-lhes um modesto salário de aprendizes. Em pouco tempo, terão esquecido essas bobagens que constroem para se dedicar à carreira”.

Era essa a visão de Zeus no topo do Mundo que ele havia reordenado nas eras iniciais ao derrotar seu pai Cronos, e que agora, graças aos mortais, via em grave risco de sucumbir novamente no caos.

- Escutai, ó grande Zeus – dizia Palas-Atena – o que meu irmão Hefesto está a dizer.

- Amiguinhos – dizia Hefesto aos discípulos -, vocês vieram pedir minha opinião; e ela é de que não deviam aceitar. Eu bem sei o medo que todos têm de acabarem como o pobre cego que toca sanfona para viver de esmolas. – Ele deu uma olhadela para Abel. – Mas eu lhes digo que resistam à tentação! Dinheiro não é tudo, e vocês receberão sempre aquilo que merecem. Se pararem agora de estudar, vão ser absorvidos pelo poderoso e impiedoso mercado. Nunca mais sentirão o prazer de criar coisas apenas por serem belas, fortes e boas.

No Olimpo, vários deuses que assistiam em volta do trono bateram palmas.

 ...

Hefesto e Apolo dormiam na cobertura do edifício quando foram despertados por um forte alarido. Nas ruas viram uma multidão portando faixas, aos gritos de: “Fora os artistas novatos!” Em sentido contrário, outro grupo proclamava: “Morram os artistas decrépitos!” E um terceiro grupo alardeava: “Somos dirigidos pelos deuses”. A pancadaria acabou acontecendo. Do alto do edifício os deuses viram aqueles nobres representantes das verdades superiores que se intitulavam artistas atirarem-se pedras; alguns se atracavam num corpo-a-corpo nada artístico nem científico.  

- Pelas barbas de Netuno! – disse Hefesto. – A multidão está desgovernada. E nossos discípulos estão entre eles! Como poderão passar adiante o que lhes ensinamos, se não conseguem se entender?

- Reparai nas viaturas que chegaram com homens uniformizados. Eles jogam algum tipo de gás venenoso sobre os manifestantes. Por Zeus! Onde foi que nós nos metemos?!

- Ora, eu quase ia me esquecendo! – disse Hefesto. – Preciso ir ver meu discípulo Abel que hoje participa de um torneio de ciências importante para ele.

- E eu – disse Apolo – não pretendo perder o primeiro concerto de Graciara. Será esta noite e ela conta comigo.

Nesse momento um dos policiais apontou um megafone para o alto e anunciou:

- Desçam já do edifício, vocês foram localizados! Apolo e Hefesto, vocês estão detidos em nome da lei! Acusados de incitar a desordem e de praticar o charlatanismo! Desçam por bem, ou vamos invadir o prédio.

Os deuses se entreolharam.

- Ora – disse Hefesto - Nós é que somos os acusados?

- Assim parece – disse Apolo, respirando fundo. – Deixai-me pensar, meu dileto irmão.

Depois de arquitetarem um plano de ação, os deuses baixaram à rua disfarçados em moradores de rua, com cobertores sobre os ombros e carregando sacos de latinhas e papéis velhos. Assim eles atravessaram no meio da multidão agitada. Entre os mais belicosos, viram discípulos seus que apoiavam a ação da polícia, incitando contra os “falsos professores que se autoproclamavam deuses”.

- Prendam eles! Prendam eles!

Apolo reconheceu aquela voz: era de Pedro. Respirou fundo novamente. Bem que Afrodite o avisara sobre a incoerência e a inconsistência do coração humano.

Os deuses se separaram e foram ao encontro de seus discípulos favoritos para lhes dar força e inspiração.

Apolo pousou, invisível, ao lado de Graciara. Ao se apresentar, ela parecia iluminada por uma luz divina e tocou Chopin como nunca. O teatro estremeceu sob aplausos e “bravos!”. O êxito da nova musicista deu mais vida ao imortal Apolo.

Em outro canto da cidade, Hefesto, junto aos competidores de robótica, vibrava com a performance de cada máquina incrível desenhada e construída com o engenho daqueles meninos talentosos. Quando chegou a vez de Abel, este fez um pequeno agradecimento e dedicou seu trabalho ao velho tio cego que o havia criado. Em seguida, lançou na arena um robô ao qual tinha dado as feições do mestre Hefesto. O deus abriu a boca, espantado. Nunca antes tinha sentido nada que não fosse ímpeto, desejo ou fúria, mas essa nova emoção parecia-se mais com orgulho, gratidão e até amor. O deus abraçou seus alunos e até esqueceu-se de mancar.

...

Já era madrugada e a Lua ia bem alta no céu quando os dois deuses se reuniram junto à fonte da praça da Sé, como haviam combinado. A missão chegara ao fim, pelo menos no que lhes dizia respeito.

Apolo ergueu os braços e invocou:

-  Ó grande Zeus! As boas novas que trazemos é que, com nossa estada, muitos mortais conheceram o Bom, o Belo e o Verdadeiro das artes e do labor das mãos. Eles terão seu futuro mudado para sempre.

- Sim! – ecoou Hefesto.

- No entanto, eles são de natureza tal que conseguem até mesmo transformar um grande Bem em algo mau, até destrutivo para eles...

- Sim, isso mesmo! – ecoou Hefesto.

- Escutai, escutai, Atena! – disse Zeus, ao ouvi-los. – Apolo e Hefesto deram o melhor de suas essências para ensinar aos homens. Mas olhai a grande confusão que a sua boa intenção causou!

Pai e filha, no Olimpo, continuavam assistindo à confrontação de manifestantes e policiais noite a dentro; a prisão de vários deles e a depredação de lojas e galerias de arte.

- Bem o vejo, grande Zeus! – disse Palas-Atena - Meus irmãos foram impecáveis. Porém, se concordais comigo, de nada adianta dar um Bem a esses mortais, se lhes falta sabedoria para usá-lo.

Zeus cofiou suas longas barbas e a encarou.

- Falais com grande verdade! E já imagino que o que me vais pedir, se vos conheço bem...

- Permissão para descer à Terra, ó pai de todos os deuses! – disse Atena de olhar decidido.

Zeus deu um grande suspiro e se ajeitou no trono. Estava ficando velho e sem paciência para aqueles mortais bárbaros, mas se os seus filhos ainda tinham paixão para isso...

- Muito bem! – disse por fim. – Esta noite Apolo e Hefesto receberão as justas homenagens dos deuses do Olimpo, do Hades e do Oceano, e durante o banquete nos brindarão com seus relatos sobre a missão. E depois...

- Depois vós me deixareis ir! – disse Atena de olhar destemido.

- Sim, filha dileta, que nasceste de dentro da minha cabeça! Permito que durante algum tempo vivais junto aos humanos distribuindo fartamente a vossa Sabedoria.

Afinal de contas, – continuou Zeus para si mesmo – eles jamais se tornarão sábios o bastante para querer rivalizar com os deuses.


Fim


 



[1] Apolo: na mitologia grega, deus ligado às artes, à profecia, à cura, à música, à poesia, dentre outros atributos. Hefesto: idem, deus do fogo e da metalurgia, grande forjador e relojoeiro.

[2] Palas-Atena, ou Minerva para os romanos: deusa mitológica da sabedoria, da guerra, da civilização e da justiça, entre outros atributos.



Um comentário:

  1. Marisa Orsoni Chagas Barros21 de fevereiro de 2024 às 04:04

    Meus deuses do Olimpo!!! Como manifestar comentários ª respeito dessa narrativa tão lucidamente construida🌟Engenhosa atribuição aos talentos dos deuses e com tal encanto, se assemelharam aos homens. Quem dera se os homens a eles se assemelhassem, em sabedoria e qualidade na criação de suas artes! Lindo texto. Completo e absorvente 😉Adorei Márcia!

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