segunda-feira, 11 de abril de 2016

Apesar do Tempo





“Meditação Diária” 
“Ah, amanhã. Eu conheço bem esta doença. Eu sempre digo que o amanhã não existe. Somente o hoje. O que precisa ser feito, precisa ser feito hoje. No próximo dia será duas vezes mais difícil e no dia depois será quatro vezes mais difícil. Você só pode contar com hoje.” Gurdjieff





COMENTÁRIO

Quem não estiver familiarizado com os ensinamentos de Gurdjieff pode estranhar a lógica da citação. Só podemos contar com hoje? No entanto, se pudermos fazer hoje, amanhã será hoje, e depois de amanhã também; logo, sempre será possível. Mas é preciso  nos lembrarmos que Gurdjieff referia-se a um tipo muito determinado de “fazer”.

Ora, que é que, em suma, precisa ser feito? Só uma coisa: despertar! Se, por graça recebida de um Plano Superior, surgir em meu ser uma faísca de “consciência de si”, isso já é algo tão fantástico e improvável, pelo modo como vivemos, que constitui um verdadeiro milagre! No universo, as trevas são a lei da inércia; só a luz da consciência pode causar uma real mudança, um real fazer. Se eu mudar, deixando essa pequenina luz agir, por um átimo de segundo que seja, então tudo muda, o mundo inteiro muda.

Mas, se eu deixar esse instante passar; se não lhe der atenção, ou se estiver muito ocupada e disser: “amanhã tentarei recuperar isto”... então o instante seguinte e todos os demais, o amanhã e o depois de amanhã estarão sob a lei imutável da mecanicidade, segundo a qual tudo e todos nós estamos decaindo sempre, cada vez mais nos adensando no Raio de Criação, que vai da energia mais pura até a mais densa matéria, e nos afastando do Absoluto... Somente aquela faísca de consciência poderia deter isso e nos fazer despertar para nossa verdadeira natureza... E se naquele ontem, ela era simplesmente um milagre, agora então, soterrada sob o peso da mecanicidade acumulada, será impossível!

Daí as palavras do mestre, econômicas e cheias de significado: “Você só pode contar com hoje”. É ilusão pensarmos que podemos voltar no momento em que decidirmos, sacrificando o delicioso “nada” que nos mantém tão ocupados...! Não. A hora é agora.

 

Marcia K.
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