. Recriação
No meio da dor, os olhos, as mãos encontraram o papel. Agarraram-se à tesoura como boia de salvação. Empurrada pela esperança, a tesoura foi circulando o papel. A circunferência não ficou perfeita, mas sabia que até a Terra era achatada nos polos. Os olhos, com sua inteligência, saberiam abstrair no que não tinha sido, aquilo que deveria ser. O tamanho parecia menor que o do outro, mas também não dava mais para conferir. Só cacos tinham restado, mostrando pedaços do desenho que tão bonito fora. Com lápis coloridos, desenhou na circunferência um miolo amarelo e pétalas cor-de-rosa; depois, outro miolo e pétalas azuis. Os patinhos não sabia desenhar, no lugar deles fez crescer outra flor. E com a dor assim apaziguada, a menina pegou com todo o cuidado seu novo prato e o colocou na prateleira no mesmo lugar em que existira o outro, por sobre os cacos.
FIM
Dolorida dor que só o doido sabe o que e onde dói. Dolorida abencoada dor que enfeitada vira 🌹
ResponderExcluirSou eu mana, a Isa, não sei porque ficou anônimo
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